O escritor alemão Günter Grass acende seu cachimbo durante entrevista em outubro de 2009 em Göttingen, na Alemanha (Foto: Jens Meyer/AP) |
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Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura, morre aos 87 anos
O escritor alemão Günter Grass, Prêmio Nobel de Literatura em 1999 e
autor de obras como "O tambor" (1959) e "A ratazana" (1986), morreu
nesta segunda-feira (13) aos 87 anos, anunciou sua editora no Twitter.
"O Prêmio Nobel de Literatura Günter Grass faleceu esta manhã aos 87
anos de idade em uma clínica de Lübeck, norte da Alemanha", informou a
editoral Steidl. A causa da morte ainda não foi divulgada.
O escritor britânico Salman Rushdie foi um dos primeiros a lamentar a
morte de Grass. "Isso é muito triste. Um verdadeiro gigante, inspirador,
e amigo", escreveu, no Twitter.
Nascido em 16 de outubro de 1927, na cidade de Danzig, hoje conhecida
como Gdansk, Günter Grass alternava literatura com escultura e artes
gráficas e era conhecido como um dos principais representantes do
"teatro do absurdo" da Alemanha. Grass também é autor dos livros "Passo
de caranguejo", "Meu século" e "Um campo vasto".
O escritor, que durante os anos 1960 e 1970 insistiu em destacar o
passado nazista de seu país, provocou um grande escândalo em 2006 quando
revelou que na juventude integrou as Waffen SS, forças de elite de
Adolf Hitler. Isto ele publicou no livro "Descascando a cebola", que faz
parte de suas memórias. Grass estudou Artes em Düsseldorf e em Berlim,
e, pós-2ª Guerra, se juntou ao grupo 47 com escritores como Ingeborg
Bachmann e Heinrich Böll.
Após se mudar para Paris em 1956, ele começou a trabalhar em "O
tambor", romance que conta a história da Alemanha na primeira metade do
século 20 através da vida de um menino que se recusa a crescer. O livro
foi atacado por críticos, negado pelo prêmio de literatura Bremen por
senadores ultrajados, queimado em Düsseldorf e se tornou um best-seller
mundial. "O tambor" foi adaptado para o cinema por Volker Schloendorff
em 1979.
Grass ignorou a tradição alemã de manter uma distância intelectual,
insistindo que o dever do escritor era estar na linha de frente do
debate moral e político. Conhecido por suas convicções políticas
social-democratas, Günter Grass suscitou uma polêmica com Israel em 2012
ao publicar um poema em prosa, no qual afirmava que o Estado hebreu
ameaçava a paz mundial ao querer atacar o Irã preventivamente diante da
possibilidade de que este país dispusesse de armas nucleares. Por este
motivo, Israel o declarou "persona non grata".
Em janeiro de 2014, Grass anunciou que deixaria de escrever romances devido à sua idade avançada.
"Meu estado de saúde não me permite conceber projetos de cinco ou seis
anos e esta seria a condição para o trabalho de pesquisa para um
romance", disse, na ocasião.
P.S. As fotos bem como as legendas foram retiradas do site G1.
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