quarta-feira, 16 de abril de 2014

O velho cachimbo





Ele entrou naquela casa, subiu a escada e abriu a porta do escritório e entrou como fizera inúmeras vezes no passado. Parou no meio da escuridão,  fechou os olhos e sentiu um cheiro familiar... Era um cheiro doce que pairava no ar, talvez de baunilha, pensou. Sabia que ali existia uma estante e que nessa mesma estante estivera durante muito tempo um cachimbo reto, que sempre lhe chamava mais a atenção do que os outros 20 cachimbos retos que ficavam ali. Inevitavelmente lembrou-se do seu velho pai, que contrariando a ordem do "rodízio", sempre dava predileção para aquele  velho cachimbo.


Abriu os olhos, acendeu a luz, a peça estava deserta, vazia. Saiu do escritório,  desceu a escada e foi embora. Teve a certeza que não mais voltaria há sentir aquele cheiro familiar abaunilhado, lembranças de uma infância que se perdeu no tempo, assim como as fumaças que saiam do velho cachimbo preferido de seu pai...



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