sexta-feira, 25 de maio de 2012

G. L. Pease EMBARCADERO

Prezados amigos, ontem tive o privilegio de experimentar o tabaco Embarcadero, da casa G.L. Pease, vou relatar minha experiência com esse tabaco.

Embarcadero efetivamente nos remete a algo seguro, o PORTO.  Uma lata muito bonita, com um nome que fornece um alto encanto e com uma descrição belíssima, na qual destaca os virgínias avermelhados juntamente com o oriental Izmir, mencionando que essa conjunção de tabacos remeteria o cachimbeiro a aromas/sabores tostados, café torrado. Enfim, efetivamente encanta, uma ótima jogada de marketing...mas o que importa é o que tem dentro!!! Espero que não seja somente uma jogada de marketing, mas que efetivamente seja tudo isso! Vamos lá, embarcar nessa odisseia!!!

Ao abrir a lata sente-se o inconfundível aroma do virgínia, uma aroma marcante, doce o suficiente para perceber que efetivamente trata-se de um bom virgínia, mas com um relevo especial, pois possui um fundo de Izmir e que este se combinou muito bem com o virgínia, resultado da produção inicial em flake, que uniu os aromas e possivelmente os sabores, não sendo mais virgínia ou Izmir, mas a conjunção, agora única, de dois tabacos, que para mim lembrou frutas secas, longe do aroma tostado ou do café torrado! Virgínia e Izmir, unidos numa mesma embarcação!!!

O tabaco é verdadeiramente avermelhado, ora mais claro, ora mais escuro, mas definitivamente belo como quando o sol bate no mar!!! Um dos tabacos mais bonitos que já vi! Corte broken flake, com tiras verdadeiramente grossas, um corte que não costumo gostar muito.

Ao colocar o tabaco no fornilho, acomodou bem, demorou a acender, mas depois queimou bem e não tive de reacender novamente (isso que cachimbei pausadamente e friamente). Agora a embarcação rumou ao mar propriamente dito, ao alto e profundo mar! Vamos a prova propriamente dita.

As três primeiras baforadas foram magnificas, o virgínia estava unido ao Izmir, deixando o tabaco com um sabor único de frutas secas, presente a doçura de ambos os orientais!  Já na sexta baforada, o oriental começa a orientar a embarcação, tornando o tabaco mais picante e fazendo o cachimbeiro sentir que o tempo está mudando, pois o vento do Izmir começa a fazer com que a língua sinta sua "picancia" e a embarcação comece a mudar sua rota. O virgínia começa a aquecer junto com os oriental, tornando esse tabaco mais encorpado no sabor, prenunciando que a maré vai virar e a tempestade se aproxima!

Já no final do 1/3, comecinho do segundo, a cachimbada muda, pois o tempo virou, se pronunciando os sabores tostados, picante com mais força, ao passo que o virgínia tenta imprimir de alguma forma certa doçura e consegue!!!  Se temos o capitão Izmir a comandar, temos a marinheira Virgínia, que em toda a cachimbada imprimiu seu valor, seu sabor!!! O capitão está bem acompanhado!!!rsssssssssssssss  Nessa altura do fornilho o sabor é tostado, como mencionou, mas um tostado diferente, com um toque de sabor, daquele gostinho de virgínia...que cada cachimbeiro sabe como é bom!!!

O 2/2 desse tabaco é como o balanço da maré, ora frutas secas, ora mais defumado, mas cada vez menos doce, demonstrando que o capitão Izmir é quem está no comando, o virgínia apenas obedece seu capitão, pois quem conhece verdadeiramente o mar, é sempre o capitão que norteia a embarcação!

O final do 2/2 é o mar propriamente dito, agitado pelo calor do fornilho. O Izmir e o Virgínia, ambos mais vigorosos pelo calor, mais úmidos, mais agressivos, tanto o capitão como a virgínia (mulher braba ninguém aguenta..rssssssssssss). A junção dos dois tabacos nessa altura não deixou o Virgínia adocicar como de costume no começo do 3/3, mas a conferir junto com o Izmir um sabor de algo tostado (perái que é meu cachimbo que está queimando!!!!..rssssssssssssss......brincadeirinha), quem  sabe pela junção dos dois, o virgínia não ficou mais doce, como de costumo no começo do 3/3 do fornilho, mas deixou o tabaco muitoooo  encorpado no sabor, quase desagradável, mas objetivamente perigoso! 

Nessa altura, diminui ainda mais o ritmo da cachimbada para não esquentar demais, sob pena da tempestade derrubar a embarcação/cachimbo/cachimbeiro, efetivamente o mar esta amargo e perigoso!!! Como não tinha escolha ou terra firme em vista, ingressei em mares rochosos, o 3/3 do fornilho.

Num mar como esse, só capitão para comanda essa embarcação. Izmir vai imprimindo seu sabor amargo e sua bela picancia, ao passo que o virgínia dá sempre seu sabor ao capitão (rsss), principalmente ao soltar a fumaça, pois o que fica na língua é picante e amargo!!!

PICANTE, AMARGO, DOCE, sim!!! Isso é possível nesse tabaco!!! O final do 3/3 desse tabaco, algo bom e ruim, assim como o mar pode ser para quem navega em alto mar...os marinheiro que me comprovem!

Com este tabaco aprendi que eu é que tive de ser verdadeiramente o capitão do meu fornilho (e não poderia brincar), não podendo deixar a maré me levar ou a tempestade me derrubar, do contrário não conseguiria ir até o fim desse tabaco!

Tive de fazer pausas, parar (mas sem deixar apagar, pois reacender e mexer muito nesse fornilho seria uma sentença de morte!)refletir, dar ritmo para ele ser bom, ritmo lento  e cachimbada mais fria possível, senão a embarcação iria naufragar!!!

Tabaco para momento de reflexão, sem pressa, sem olhar no relógio, tabaco para cachimbar em silêncio, onde somente três elementos existem: minha alma, meu cachimbo e meu tabaco!!! Cachimbar ele com pressa seria condenar esse tabaco ao fracasso total!

Um tabaco para uma língua curtida, um marinheiro de primeira viagem (como sou de primeira viagem acho que por isso foi difícil cachimbar ele...rsssssssss) ficaria "mareado" com ele!

Tabaco forte, doce, amargo, tostado, acre, um tabaco de Homem!!! De Homem do mar, que sabe ou que tem sob pena de vida, de contornar as dificuldades. Contornando as dificuldades, um tabaco que encanta!

Tabaco para encerrar e celebrar um ciclo, uma noite, uma viagem, efetivamente um tabaco para quando se chega ao Embarcadero!!!

Fumaça longe da azulada;  mas com poucas e fina cinza, destacável nesse ponto, eram muito poucas cinzas que restaram no cinzeiro, demosntrando que o tabaco foi mesmo cachimbado e o fumo era de qualidade, tinha combustão!

Mistura bem concebida para marinheiros experientes, como ainda sou de primeira viagem, preferiria que ele fosse menos amargo e mais saboroso.

Nível médio para comecinho de elevado em nicotina!

Nota: 8,0!  

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