Dunhill LONDON MIXTURE

Prezados confrades amigos, ontem tive o privilégio de experimentar o clássico da Dunhill London Mixture, já adianto que foi uma experiência repleta de sabor e de mistério, conferido pelo turco selvagem que vai nessa mistura.

Ao abrir a lata percebemos claramente a doçura do virgínia com os orientais mais salientes ao fundo misturado com o latakia. Percebi que o virgínia e os orientais estavam disputando o aroma, sendo que a latakia tomou o lado de sua família e se uniu aos orientais exalando sua presença, mas não forte e tampouco marcante, esta ali e poderiamos sentir seu aroma, apenas isso! Interessante destacar que mais ao longe do aroma prevaleceu a doçura do virgínia, mas ao aproximar o olfato os orientais e o latakia eram mais percepetiveis.

Corroborando com o aroma, verificamos que a latakia se faz presente com sua cor preta, o oriental puxa para marrom se destacando do claro virginia, deixando esse tabaco mais alegre, ou seja, com uma cor puxando para o alegre sol. No quesito, ponto do tabaco, percebi que o tabaco estava mais para seco, um pouco mais do que o desejado, mas não tão seco ao ponto de ser considerado ressecado. Porém, acreditou esse cachimbeiro que o ponto do tabaco nao afetará negativamente a cachimbada.

Vamos para a prova, e a propósito, como é bom experimentar um clássico ainda mais sendo um clássico Dunhill.

Já nas primeiras primeiras baforadas os orientais e o virgínia se unem proporcionando um sabor único, que nãó é doce mas que tem o fundo doce, resultando certamente do jogo entre os seus sabores, e como era para se experar do latakia (que sempre saí na frente tentando comenda o fornilho), desde o primeiro momento, desde a primeira baforada se fez presente, mas na medida, ao fundo e saliente, proporcionando a retaguarda do sabor ese fazendo presente em cada baforada nesse inicio de fornilho.

Porém, no fim do 1/3 o turco selvagem começa a impregnar seu sabor, demonstrando sua natureza levemente picante, anulando o sabor do latakia e consolidando sua posição soberana/dominante, no qual percebemos pelo sabor doce e levemente picante, nesse momento o virgínia apenas adiciona mais doçura ao oriental. Nessa altura, senti uma sensação adstringente ( o que me lembrou o comentário de um amigo cachimbeiro e conhecer profundo da nobre arte, meu amigo Vasco - www.cachimbopt.blogspot.com), certamente reforçando a idéia que os orientais estão dominando o fornilho, de maneira soberada, mas levemente contestada no meio do 2/3 do fornilho, na qual a lady Virgínia tenta tomar o fornilho imprimindo mais doçura na cachimbada, porém, não teve força para lutar contra o Turco selvagem, pois este começou a se unir ao latakia para nao perder o trono para o Virgínia!!!

No 3/3 com os orientais e a latakia no mesmo lado, a latakia novamente se mostra mais, mas perde força em seguida, consequentemente, o fornilho se consolida para o Turco Selvagem, que mostra mais ainda a sua "picancia" e a sua doçura, tornando o sabor marcante e com um retrogosto forte, demonstrando sua natureza paradoxica, doce e picante.

Em síntese o oriental (verdadeiramente turco selvagem, legítimo, pelo que demonstrou na cachimbada) que é doce e levemente picante apenas se utiliza do virgínia e do latakia para ampliar/reforçar suas caracteristicas nata. Explico. Quando quer mostrar seu lado doce, se une ao virgínia, porém, quando não esta com bom humor fica picante e forte, utilizando-se do latakia. Como é soberano, utiliza-se deles ao seu bel prazer, ou melhor, para o prazer do cachimbeiro!!! Que parece estar a ver um filme sobre as peripecias da monarquia!!!

Um tabaco encorpado no sabor, deixando na língua do cachimbeiro a sua presença, com que para dizer "ainda estou aqui"!

Um tabaco complexo para quem gosta das facetas dos orientais, complexo, intrigante e misterioso, pois quem mais poderia dar a cachimbada, no inicío o sabor de uma Mistura Inglesa e ir se tornando de leve uma Mistura Balcânica mas sem deixar de lembrar uma Mistura Inglesa? Somente uma mistura com o legítimo turco selvagem, com um excelente virgínia e um latakia muito bem selecionado e bem curado!

Um clássico da Dunhill dos mais complexos, para se desvendar aos poucos...

Um tabaco encorpado no sabor e na nicotina (nivel médio) com um gosto marcante. Um tabaco que tenho que repetir, forte, exigindo um pouco de experiências das papilas degustativas para se gostar...

Fumaça digna das melhores, densa, beirando a azulada, cremosa, satisfaz ao cachimbeiro mais exigente, cinza branca e fina. Queima boa.

Decepção em algum ponto? Apenas desejaria que ela fosse mais gostosa no sabor em si, aquele tabaco que se diz, "que maravilha!!!". Mas sejamos justos e reto, é um bom tabaco com um sabor bom e intrigante!!!

Acaso o oriental fosse mais presente sem necessitar tanto do apoio do virginia e do latakia poderia nos proporcionar o tao desejado "que maravilha!!!", mas isso é apenas uma idéia de um cachimbeiro que não entende nada de fazer misturas!!!rsssssssssssssssssss   E os amigos sabem como nós, cachimbeiros somos palpiteiros, que fui o que acabei de fazer ao pensar que se o oriental nao se utiliza-se tanto dos demais a mistura iria ser mais saborosa!

Incontestavelmente equilibrado e notadamente bem concebida!

Nota: 8,5  (não dou mais so pelo sabor nao ser mais gostoso, pois para mim, o sabor é tudo!)

P.S: Mais um tabaco da casa Dunhill que não decepciona e com a qualidade suprema dos tabacos utilizados!

P.S2: Um tabaco que queima por completo, deixando a cinza branca e fina como a areia, ao ponto de nos perguntarmos "onde esta todo o tabaco que coloquei nesse fornilho?"

P.S3: Um tabaco para fechar a noite, para a última cachimbada do dia!

P.S4: Room note forte e persistente mesmo depois de algum tempo, resultado da fumaça densa que fica no ar!