quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Tabaco Sunday Picnic - resenha completa!

Prezados confrades e amigos, semana passada realizei a resenha desse tabaco, que para mim, continua a ser um tabaco interessante, porém, deveras amargo para o meu gosto, um tabaco para os corações fortes, sem dúvida!heheheh
Não vou relatar sobre aroma e sobre a sua cor, pois já o fiz no momento de abertura da lata.
Detalhe, no texto utilizarei SP para denominar o tabaco.
Detalhe interessante, que gostaria de salientar, é que SP iniciou bem doce com seu estupendo Virgínia, compensando o “amargor” causado pela combinação do Izmir e perique. Um Virginia verdadeiramente fabuloso, estupendo, que faz o contraponto ao Izmir/perique . Porém,  depois de alguns dias abertos (acredito que mais de  uma semana) o Virginia perde em grande parte sua doçura e o Izmir/perique ficam mais salientes, tornando esse blend mais forte em sabor, que julgo, para mim, ser uma desqualificante, pois efetivamente achei SP muito amargo! Relato isso pois essa resenha é feita na 2ª semana depois de aberto!
Passo a resenha, espero que apreciem, de preferencia com um bom cachimbo e um excelente tabaco! ;)
 
***
 Num final de domingo qualquer,  pensando na vida, mais precisamente  no “caso” de Orfeu e Eurídice, acompanhado de meu Vauen V White, Zippo Black e SP, preparo o material para minha jornada, sabendo que esse tabaco, definitivamente, pelo seu sabor encorpado, para os corações fortes, mas qual paixão que não é? Qual amor que não requer um coração forte e pronto para enfrentar os maiores vendavais, tempestades?
Com o Vauen em mãos, dobro um flake e meio de SP e alimento meu cachimbo e minha alma, encho o fornilho, e no melhor estilo Zippo, toco fogo no tabaco e a jornada começa!
Com um acendimento regular a ruim, um pouco difícil para começar a combustão, tenho de confessar. Mas como estava com Zippo (não tem tabaco que “guenta”!) e ele costuma fazer sempre um bom trabalho, adentro as seis primeiras baforadas de SP.
As seis primeira baforadas sentimos seu virgínia acompanhado do seu delicioso Izmir, com um fundo leve de Perique, que vai deixando seu vestígio na língua, no sabor. Traduzindo, um ótimo sabor (detalhe, quando consumidor logo depois de aberto, ele é muito melhor, pelo menos o 1/3 e naturalmente as 6 primeiras baforadas), o virginia salta e o Izmir completa a jogada, realmente gostoso ao paladar! A melhor parte desse tabaco para mim, sem dúvida é seu primeiro terço.
 
No 1/3 o virginia permanece dando base a esse tabaco e tenta adicionar um pouco de doçura, em contrapartida ao Izmir imprimi seu sabor “acre” e o perique que começa a se aquecer e a desprender todo seu encanto! Aqui o perique esta perfeito, bem dosado, apenas transferindo suas qualidades, restando uma cachimbada interessante, mas com presença marcante, forte. Detalhe, estamos no 1/3 e o Izmir e o perique ainda não foram “aquecidos”!
No decorrer do 1/3 o Virginia vai adoçando mais, dando brilho a esse tabaco, mais precisamente no final do 1/3. Verdadeiramente a estrela de SP é essa doçura espetacular do seu excelente Virginia!
Com um sabor adocicado/acre e levemente picante, SP me cativou no 1/3, porém, seu sabor vai a cada baforada ficando mais forte, mais encorpado e isso me desagrada. Tenho esperança que o virginia salve esse tabaco, pois ninguém “guenta” um tabaco tão amargo! O 1/3 termina, deixando um cativante sabor, mas igualmente, já percebemos os traços de seu sabor deveras forte/amargo!
No 2/3 o Izmir começa a se esquentar e a liberar suas propriedades, seus sabores, demonstrando seu potencial. Interessante que aqui, o Izmir começa a liberar, certamente em contato com o virginia e perique um sabor de madeira, de couro, que não me agrada de todo, mas tem algum encanto, se cachimbado bem lentamente e muito friamente. O perique está em festa e dança em nossas papilas, imprimindo sua leve picancia. Detalhe, no meio do 2/3 o “final da língua” sente um sabor deveras amargo, que me desagradou demais!!!


 
 
O final do 2/3 é amargo, couro, animal, madeira, simplesmente muito encorpado no sabor, beirando, para o meu gosto, ao desagradável!
O segredo nesse momento, é cachimbar o mais lento possível, para não cozinhar ou mesmo aquecer demais o Izmir e o Perique, pois em um fornilho quente, SP seria muito forte no sabor ou mesmo, desagradável.
O 3/3 é um desafio, requer calma, ritmo lento, paciência (mais do que estar em uma fila de banco!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkk). O tabaco está fortíssimo no sabor, verdadeiramente amargo, perdendo seus nuances de sabores e caindo no limbo da denominação que usei AMARGO! Uma pena, definitivamente!
O que mais falar sobre SP se ele é um dos tabacos mais encorpados no sabor que já provei? Muito couro, animal, madeira! Assim termina SP! Não há muito que falar, pois é um tabaco com um nível médio de complexidade, sempre beirando para sabores fortes, como relatei acima.
Se gostei ou não? Sim e não. A natureza de SP permite momentos prazerosos, acompanhado de destilados, ele se torna bem mais prazeroso, até uma boa escolha, evidentemente em fornilhos pequenos e respeitando seu tempo/ritmo! Um tabaco feito para encerrar a noite, acompanhar o cachimbeiro para uma boa divagação ao lado de um bom whisky. Um tabaco para momentos fortes, para lavar a alma!!! Perceberam a natureza desse tabaco? Sintetizando, um tabaco para Homens, impactante, forte, estruturado!
Para aqueles momentos onde o que você quer é algo forte, para enfrentar o AMANHÃ ou amenizar o HOJE! Ou para depois dormir nos braços de uma morena e ver como a vida é doce!!!!heheheheheh
Nota:8,0
Nível médio em nicotina. Boa fumaça. Queima regular.

 
Agora para descontrair mais ainda, quando escrevi essa resenha, juntamente com SP “estava” comigo Guimarães Rosa e passo a dividir algumas relíquias que encontrei, espero que apreciem!
 
 “Sono de jacaré faz parte do chão”
 
“Sertão é onde manda quem é forte com as astucias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado.”
 Maravilha né!!!!heheheheheheh
 Um abraço e excelentes cachimbadas!!!


 
P.S. Um tabaco para cachimbeiros experientes, pois tem um tempo difícil e requer um “paladar” mais acostumado aos sabores fortes.
P.S2. Recomento debulhar os flakes, melhora a queima e não prejudica tanto os sabores.
P.S3. Fornilho pequeno, para não amargar demais!
P.S4. Tabaco para ser consumido jovem, até uma semana ou no máximo duas. Depois de exposto ao ar, começa seu declínio, e que declínio! Em pote hermético acredito que sobreviva por mais tempo!!!!heheheh
P.S5. Muito bom para acompanhar um cachaça de rolha.
P.S6. Minha dica para o 3/3, cachimbar, parar e voltar. Com essa brincadeira, ele fica bem interessante!

4 comentários:

  1. Beleza de resenha confrade, alias não se podia esperar menos de ti, achei bastante interessante os sabores que o confrade descreveu, principalmente no tocante ao virginia deste blend, ao que parece os virginias são sempre bem adocicados nos tabacos da C&D (ao menos me pereceu ser assim após ler as resenhas), quando falastes do amargor me veio em mente a minha ultima experiência com o C&D Tuskegee Airman, degustei ele em meu churchwarden que tem um fornilho estreito porém profundo e como estava com uma certa pressa por um breve momento deixei o tabaco esquentar demais e um leve amargor tomou conta da fumada, inicialmente pensei que o amargor era da madeira do churchwarden, que não é de briar mas depois desta resenha, passo a acreditar que isso se deu em razão da cozinhada do turco e do perique, mas de todo não foi uma fumada ruim, depois de um tempo acostumasse com esse amargor e ele (ao menos para mim) foi interessante, pois não era um amargo de queimado era uma coisa nova e interessante, e mais à frente durante a fumada ele praticamente desapareceu e o tabaco quase retornou às origens ...hehehe.

    (Obs.: Nessa fumada fiz uma pequena adição de virginia debulhando um pedaço de Dunhill Flake a uma pequena quantidade de Tuskegee Aiman que tinha separado para degustar, e aprovei mistura, o virginia deu uma luz)

    P.S6. Minha dica para o 3/3, cachimbar, parar e voltar. Com essa brincadeira, ele fica bem interessante!

    Essa tua observação me vem sempre à cabeça como uma questão: Deve-se iniciar um fornilho, parar de fumá-lo e depois retomar a fumada? O que fazer nessa ocasião, retira-se as cinzas e parte do tabaco já queimado ou deixa tudo como está? Vamos refletir...heehehehe.

    Abraços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelas palavras confrades, fico feliz que tenha apreciado!!!

      Maravilha esse seu relato, um dos prazeres da nossa arte é poder brincar de misturar tabacos!!!

      Brilhante a sua colocação, essa sua pergunta! Depende de cada tabaco, pois tem tabacos que, se vc para de cachimbar, e deixa cinco minutos parados e retoma depois, ele parece horrível, com um gosto amargo. Outros tabacos, já não perde muito, outros ficam até melhores. Então, essa variante acompanha cada blend! No caso do 3/3 de SP, ele se revelou uma excelente pedida realizar esse procedimento, ou melhor, SP não perdeu com essa paradas, mesmo no seu 1/3 e 2/3.

      Tabacos que podemos parar e continuar são bons para assistir filmes, estudar, ler...onde podemos parar e novamente acender o cachimbo..sem perder com isso. E como relatei, esses momentos de estudo, de trabalho , de leitura, as vezes requerem isso!

      Um abraço e excelentes cachimbadas!!!

      Excluir
    2. Gostaria de fazer um adendo ao que foi sabiamente observado pelo confrade. O SP de fato, para mim, só foi excelente nos dois primeiros fornilhos. Havia uma doçura divina, depois disso ela se foi. Utilizei 3 cachimbos diferentes. Em todos eles a doçura não foi mais notada. Estranho pq não se trata de uma diminuição do "doce" mas sim numa extinção mesmo. E então tudo que se nota é um tabaco bastante amargo. É uma pena! a fumada do primeiro fornilhos será inesquecível.

      Excluir
  2. Uma dica que considero muito relevante no SP. Quando perceber que a "doçura se foi", na próxima cachimbada, antes, debulhe bastante o flake quase que o tornando um corte em tiras. A seguir ascenda-o e depois deixe apagar. Aguarde uns 5 minutos e ascenda novamente e fume o mais "frio" e lentamente possível. Irá perceber que o "doce" do tabaco "retornou" de maneira bem mais amena, porém está lá e é perceptível, deixando ao longe a saudade do primeiro fornilho kkkk. Entretanto esse sabor adocicado só permanecerá no primeiro 1/3 do fornilho, estendendo-se ao máximo no começo do 2/3. Infelizmente não há como chegar ao prazer da primeiro fornilho do SP com a lata recém aberta :(

    ResponderExcluir

Gostou do post? Acenda seu cachimbo e comente